Descobrindo quem você é além das histórias que te contaram.
Você já se pegou pensando: “Quem sou eu, de verdade?”
Essa pergunta, profunda e comum, nos acompanha em momentos de crise, mudança ou busca por sentido. E embora a resposta pareça complexa, a psicoterapia pode ajudar a construir um contato mais honesto e vivo com essa dimensão chamada self.
Mas o que é esse tal de self?
De forma simples, podemos entender o self como a experiência de ser você mesmo no mundo. Não apenas suas características (“sou ansioso”, “sou forte”, “sou engraçado”), mas a consciência de que há algo em você que observa, sente, escolhe e continua existindo mesmo diante das mudanças.
Você não é o que pensa — você é quem observa
Na Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT), falamos sobre o self como contexto ou eu observador. É a parte de você que está por trás dos pensamentos e emoções, que nota a tristeza sem se confundir com ela, que percebe o medo sem ser definido por ele.
Esse espaço interno — mais estável, mais amplo — é onde começa a liberdade. Quando você se identifica totalmente com as histórias que sua mente conta ("não sou capaz", "ninguém gosta de mim", "eu sempre estrago tudo"), suas ações ficam limitadas. Mas quando você acessa esse lugar de observação, pode fazer escolhas mais conectadas com o que realmente importa para você.
O self na psicoterapia.
Em terapias como a ACT ou a Psicoterapia Analítica Funcional (FAP), o trabalho com o self envolve:
📌 Desfazer identificações rígidas: deixar de se definir apenas por rótulos, diagnósticos ou papéis sociais;
📌 Construir uma relação mais compassiva consigo mesmo;
📌 Experimentar novas formas de se ver e se mostrar, dentro da relação terapêutica;
📌 Aumentar a flexibilidade psicológica, ou seja, a capacidade de sentir, pensar e agir de forma mais livre e alinhada aos próprios valores.
Você está em constante construção.
Seu self não é um “objeto fixo” a ser descoberto, mas uma experiência viva, que se transforma com o tempo, as relações e as escolhas. O que você era há cinco anos pode não ser o que deseja ser hoje — e tudo bem. Você não precisa estar “pronto” para começar a viver com mais autenticidade.
Conhecer-se é um processo, não um destino.
E a psicoterapia pode ser o espaço seguro onde você aprende, pouco a pouco, a ser mais você — com consciência, presença e liberdade.